sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Ana Maria Machado é a nova presidente da Academia Brasileira de Letras



A Academia Brasileira de Letras elegeu, por unanimidade, no dia 8 de dezembro a Diretoria que ficará à frente da instituição no próximo ano. A Acadêmica Ana Maria Machado será a Presidente. Ela substituirá o Acadêmico Marcos Vinicios Vilaça,  que dirigiu a ABL nos biênios 2006/07 e 2010/11.

Os demais eleitos são: Secretário-Geral: Geraldo Holanda Cavalcanti; Primeiro-Secretário: Domício Proença Filho; Segundo-Secretário: Marco Lucchesi;  Tesoureiro: Evanildo Cavalcante Bechara. Ao fim da sessão, o Presidente Marcos Vinicios Vilaça anunciou a nova Diretoria.

Segunda mulher eleita Presidente da ABL – antes foi a Acadêmica Nélida Piñon, em 1997, ano do centenário da Academia – a escritora Ana Maria Machado, assim que foi confirmada sua vitória, afirmou: “Daremos continuidade à linha de atividades voltadas para a promoção dos melhores valores da cultura nacional e da língua portuguesa. A dinâmica da Casa será a mesma iniciada pelas gestões anteriores. Independentemente disso, dirigiremos nossa ênfase para duas celebrações   em particular: o centenário de morte do Barão do Rio Branco, e a celebração do centenário de nascimento de Jorge Amado".

A solenidade de posse da nova Diretoria para o exercício de 2011 será realizada no dia 15 de dezembro, quinta-feira, às 17h, no Salão Nobre do Petit Trianon.

Fonte: http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=12710&sid=727

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

176º aniversário de Mark Twain

Comemora-se hoje o 176º aniversário de Samuel Langhorne Clemens ou simplesmente conhecido pelo pseudônimo Mark Twain.

Nascido em 30 de novembro de 1835, foi escritor, jornalista e humorista. Com seus principais títulos como As Aventuras de Tom Sawyer, As Aventuras de Huckleberry Finn, e o O Príncipe e o Mendigo, Twain foi considerado “pai da literatura americana”.

Interessado por ciência e tecnologia, chegando a ser amigo de Nicolas Tesla considerado um importante cientista e inventor na época, reuniam-se com freqüência para testar seus experimentos. Escreveu ainda varias obras e morreu em 21 de abril de 1910.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Colóquio em Cabo Verde debate o futuro do português nas diásporas


Estratégia de ensino e promoção da língua é um dos tópicos do encontro que reúne especialistas dos Estados Unidos, da França e do Japão, entre outros países.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*

O Instituto Internacional de Língua Portuguesa, Iilp, está realizando em sua sede, na Cidade da Praia, em Cabo Verde o colóquio internacional “A Língua Portuguesa nas Diásporas”.
O objetivo do evento é debater estratégias de ensino do idioma em comunidades que vivem fora de seus países de origem.

Políticas Nacionais
 O Iilp, o braço linguístico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, Cplp, está realizando uma série de colóquios para determinar as políticas nacionais de promoção do português e do ensino do idioma no exterior.
       
O diretor-executivo do Iilp, Gilvan Mueller de Oliveira, falou à Rádio ONU, da Cidade da Praia, sobre umas das dificuldades em precisar o número de falantes do português nas diásporas.
“As diásporas têm caráter muito variável. Há pessoas que são idocumentadas, há pessoas que estão registradas nas Embaixadas, mas na prática já perderam a língua. Trabalhamos com números muito aproximativos, o que seria de 7 milhões de pessoas.”
O colóquio em Cabo Verde deve terminar nesta quarta-feira com recomendações que serão enviadas às Comissões Nacionais dos oito países de língua portuguesa e que pertencem à Cplp.
*Apresentação: Leda Letra.

fonte:  http://www.unmultimedia.org/radio/portuguese/2011/11/coloquio-em-cabo-verde-debate-o-futuro-do-portugues-nas-diasporas/

sábado, 26 de novembro de 2011

ABL lança o livro sobre Olavo Bilac


Academia Brasileira de Letras lança, em coedição com a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, o livro Para uma história da belle époque: a coleção de cardápios de Olavo Bilac, da historiadora Lúcia Garcia e prefácio do Acadêmico Alberto da Costa e Silva, mentor do projeto.
De acordo com o Acadêmico Alberto da Costa e Silva, em seu prefácio, “o livro reuniu, com gosto e rigor, o melhor da coleção de cardápios de Olavo Bilac — a mais importante de que, no Brasil, se tem notícia — revelando como padrões estéticos se iam popularizando no país, na chamada belle époque, e como, pela lista de pratos de prestígio e de festa, se afrancesavam cada vez mais as suas elites”. O Acadêmico disse, ainda, que “ao colecionar os cardápios dos banquetes, Bilac tinha possivelmente a consciência de que preservava com eles o pouco de uma vida que todos os dias se mudava em saudade”.
A coleção revela o requinte e a sofisticação, não somente na elaboração gráfica dos cardápios, como também dos almoços e jantares que reuniam a elite da sociedade carioca da época. Retrata, ainda, um dos aspectos menos conhecidos do poeta: a do jornalista gourmet, do carioca amante da boa mesa, do poeta que se rendia à sociabilidade e à celebração do prazer gastronômico. É sobre esse Bilac, sobre sua coleção de cardápios guardada na ABL desde o começo do século passado, apresentada pela primeira vez em conjunto, de que trata também o livro.
“Os cardápios são inéditos e vão desde os momentos finais da Monarquia. Alguns são manuscritos. Acredito que Bilac tenha juntado isso para revisitar os momentos vividos”, afirmou Lúcia Garcia. Ela disse, ainda, que há menus em seda, outros com ilustrações assinadas, e ainda os que foram feitos para o aniversário do poeta.
O lançamento acontece hoje, 25 de novembro, a partir das 17h, no Petit Trianon. Entrada franca.
Saiba mais
Olavo Bilac, mais conhecido como o expoente da poesia parnasiana no Brasil e um dos fundadores da ABL, foi também um grande cronista de seu tempo, entre 1890 e 1910, época. Frequentou, assiduamente, os banquetes comemorativos de atos e iniciativas públicas, comuns no fim do século XIX e começo do XX. Passou, então, a colecionar cardápios desses eventos, que possibilitaram à autora Lúcia Garcia, uma seleção dos mais significativos, tendo em vista sua contextualização histórica, permitindo ao leitor, com isso, conhecer acontecimentos memoráveis da história do Rio de Janeiro e da belle époque.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Recompensa


Uma folha em branco é como uma folha morta.
Daí surge a tinta e esta, antes vazia e inútil, 
Se transforma em uma imensidão de sentimentos.
Traços retos ou traços curvos.
Unindo letras com letras, 
O poeta traduz seu mundo e do seu semelhante.
Faz brilhar sob à luz da pena seu imaginário ideal.
Pode agradar a cem mil ou apenas um. 
Talvez agrade somente a si,
E se o ego se alegrar
É sinal que seu trabalho não foi em vão.

                                                                                                       Evander Lima

sábado, 19 de novembro de 2011

Livro que coloca em dúvida suicídio de Van Gogh revela alquimia entre arte e vida

Michiko Kakutani - The New York Times
Ele tinha "um sol na cabeça e uma tempestade no coração": tais palavras, usadas para descrever o pintor francês Eugène Delacroix, foram memorizadas por Vincent van Gogh e poderiam facilmente ser aplicadas ao próprio holandês.
Da sua turbulenta vida emocional, repleta de solidão e desespero, emergiu - numa única década incandescente - uma profusão de pinturas encantadoras e vibrantes que realizaram a ambição dele de criar uma arte capaz de proporcionar consolo aos enlutados e redenção aos desesperados. Imagens que pudessem "dizer algo reconfortante, assim como a música é reconfortante - algo que invoque o eterno": estrelas fosforescentes rodopiando num céu noturno sob o luar amarelado; um conjunto de lírios radiantes florescendo num verdejante jardim iluminado pelo sol do Mediterrâneo; uma revoada de corvos batendo suas asas sobre a vastidão dourada dos campos de trigo sob um céu tempestuoso.
Na sua nova e magistral biografia, Van Gogh: The Life, Steven Naifeh e Gregory White Smith proporcionam ao leitor uma viagem guiada pelo mundo pessoal e pela obra do pintor holandês, esclarecendo a evolução da sua arte ao mesmo tempo em que articulam uma teoria - certamente controvertida - para explicar a morte dele aos 37 anos.
Embora o suicídio à bala já tenha se tornado parte do mito do artista torturado que envolve e disfarça Van Gogh, Naifeh e Smith destacam que há problemas nesta hipótese - como o ângulo do disparo, o desaparecimento da arma e de outras provas, e a longa caminhada que Van Gogh, já ferido, teria de fazer para voltar ao seu quarto. Em vez disso, eles propõem uma intrigante teoria alternativa, da qual os primeiros rumores foram ouvidos pelo historiador da arte John Rewald na década de 30 durante uma visita a Auvers, pequena cidade francesa onde Van Gogh morreu.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

30ª Feira do Livro de Brasília


Começa nesta sexta-feira a 30ª Feira do Livro de Brasília. O evento conta com uma grande programação como oficinas, palestras, apresentações teatrais, exposições e a presença de autores nacionais e internacionais. A exposição estará aberta diariamente das 10h às 22h até o dia 20 de novembro no pavilhão de exposições Expobrasília no Parque da Cidade com entrada franca.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Peripécias de um príncipe


Sou um príncipe em meu planeta
Tem vulcão e uma rosa
Todo dia eu lhe rego
Que feliz se desabrocha

Viajando pelo espaço
Desse infinito universo
Onde os mundos se separam
Em bem mais de cem mil metros

Na minha mente eu pensava
Será isso tudo um sonho?
Que um cometa eu pegava
E na Terra levei um tombo!

Era sim , era verdade
E de tal proeza feita
Repeti a atividade
Pela cauda de um cometa

Meu planeta eu voltei
E aqui de novo estou
Minha rosa eu já reguei
E o vulcão fumaça soltou

                                                                                                      Evander Lima

domingo, 6 de novembro de 2011

Ansiosa Espera


Recebi a sua carta
Tinha cheiro de perfume
Lá dizia que a dor que mata
É a distância que nos une.

Era tudo que eu lia
Pois estava no papel
Que o amor tu sentias
Tinha bom sabor de mel

Mas meu bem, não se choque
Com o que agora eu vou dizer
Mês que vem vou de galope
Para meu amor eu ver.

Nesses versos que lê agora
Grave bem no coração
Quero te ver lá fora
Me esperando no portão.

                                                                                                           Evander Lima

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Documentário sobre Saramago é apresentado em NY em campanha pelo Oscar

O documentário José e Pilar, que relata a vida do falecido escritor português José Saramago e de sua esposa, a jornalista espanhola Pilar del Río, foi apresentado nesta terça-feira (1º) em Nova York como parte da campanha para indicação ao Oscar.

José e Pilar teve mais de 200 horas gravadas para a produção bruta e retrata a vida profissional e pessoal do casal desde 2006 até final de 2008, durante o processo criativo, elaboração e lançamento do romance A Viagem do Elefante, conta o português Miguel Gonçalves Mendes, diretor do longa-metragem.

- O filme é inovador na forma de contar a história e, ao mesmo tempo, é muito humano e universal. Tem toda a legitimidade para ser indicado e até para ganhar.

Pilar del Río também esteve presente na campanha do documentário em Nova York.

- O filme desconstroi alguns tópicos sobre a vida do escritor. Não é a vida de glamour que muitos acreditam ter, os espectadores se dão conta da pressão que existe.

Foi justamente a vocação de mudar a imagem que se tem do escritor o que levou Gonçalves Mendes a dirigir o documentário, com o qual tinha a intenção de "fazer um retrato intimista do autor".

- Saramago às vezes é visto como alguém muito sério. Eu não entendia como alguém que coloca esse grau de humanidade em seus personagens podia ser o que alguns diziam que era.
O filme foi o escolhido pelo Instituto Cinematográfico e Audiovisual português para representar Portugal no Oscar. O diretor lembrou que, na terra natal de Saramago, a obra foi vista por 30 mil pessoas, enquanto, no Brasil, o público chegou a 40 mil. A fita já tem distribuidora nos Estados Unidos e lançamento previsto para abril de 2012, mas ainda deve ser selecionada pela Academia de Hollywood para concorrer ao Oscar, seja na categoria de Melhor Filme Estrangeiro ou de Melhor Documentário.

"Copyright Efe - Todos os direitos de reprodução e representação são reservados para a Agência Efe."
fonte:
http://entretenimento.r7.com/cinema/noticias/documentario-sobre-saramago-e-apresentadoem-ny-em-campanha-pelo-oscar-20111102.html

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carlos Drummond de Andrade

Nasceu em ltabira (MG) em 31 de outubro de 1902. Fez os estudos secundários em Belo Horizonte, num colégio interno, onde permaneceu até que um período de doença levou-o de novo para ltabira. Voltou para outro internato, desta vez em Nova Friburgo, no estado do Rio de Janeiro. Pouco ficaria nessa escola: acusado de "insubordinação mental" - sabe-se lá o que poderia ser isso! -, foi expulso do colégio. Em 1921 começou a colaborar com o Diário de Minas. Em 1925, diplomou-se em farmácia, profissão pela qual demonstrou pouco interesse. Nessa época, já redator do Diário de Minas, tinha contato com os modernistas de São Paulo. Na Revista de Antropofagia publicou, em 1928, o poema "No meio do caminho", que provocaria muito comentário.
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

    Ingressou no funcionalismo público e em 1934 mudou-se para o Rio de Janeiro. Em agosto de 1987 morreu-lhe a única filha, Julieta. Doze dias depois, o poeta faleceu. Tinha publicado vários livros de poesia e obras em prosa - principalmente crônica. Em vida, já era consagrado como o maior poeta brasileiro de todos os tempos.
    O nome de Drummond está associado ao que se fez de melhor na poesia brasileira. Pela grandiosidade e pela qualidade, sua obra não permite qualquer tipo de análise esquemática. Para compreender e, sobretudo, sentir a obra desse escritor, o melhor caminho é ler o maior número possível de seus poemas.
    De acontecimentos banais, corriqueiros, gestos ou paisagens simples, o eu-lírico extrai poesia. Nesse caso enquadram-se poemas longos, como "O caso do vestido" e "O desaparecimento de Luísa Porto ", e poemas curtos, como "Construção".
    O primeiro poema de Alguma poesia é o conhecido "Poema de sete faces", do qual transcreve-se a primeira estrofe:

Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

    A palavra gauche (lê-se gôx), de origem francesa, corresponde a "esquerdo" em nosso idioma. Em sentido figurado, o termo pode significar "acanhado", " inepto". Qualifica o ser às avessas, o "torto", aquele que está à margem da realidade circundante e que com ela não consegue se comunicar. É assim que o poeta se vê. Logicamente, nesta condição, estabelece-se um conflito: "eu " do poeta X realidade. Na superação desse conflito, entra a poesia, um veículo possível de comunicação entre a realidade interior do poeta e a realidade exterior.
    Variantes da palavra gauche - como esquerdo, torto, canhestro - aparecem por toda a obra de Drummond, revelando sempre a oposição eu-lírico X realidade externa, que se resolverá de diferentes maneiras.
    Muitos poemas de Drummond funcionam como denúncia da opressão que marcou o período da Segunda Grande Guerra. A temática social, resultante de uma visão dolorosa e penetrante da realidade, predomina em Sentimento do mundo (1940) e A rosa do povo (1945), obras que não fogem a uma tendência observável em todo o mundo, na época: a literatura comprometida com a denúncia da ascensão do nazi-fascismo.
    A consciência do tenso momento histórico produz a indagação filosófica sobre o sentido da vida, pergunta para a qual o poeta só encontra uma resposta pessimista.
    O passado ressurge muitas vezes na poesia de Drummond e sempre como antítese para uma realidade presente. A terra natal - ltabira - transforma-se então no símbolo da atmosfera cultural e afetiva vivida pelo poeta. Nos primeiros livros, a ironia predominava na observação desse passado; mais tarde, o que vale são as impressões gravadas na memória. Transformar essas impressões em poemas significa reinterpretar o passado com novos olhos. O tom agora é afetuoso, não mais irônico.
    Da análise de sua experiência individual, da convivência com outros homens e do momento histórico, resulta a constatação de que o ser humano luta sempre para sair do isolamento, da solidão. Neste contexto questiona-se a existência de Deus.
    Nos primeiros livros de Drummond, o amor merece tratamento irônico. Mais tarde, o poeta procura capturar a essência desse sentimento e só encontra - como Camões e outros - as contradições, que se revelam no antagonismo entre o definitivo e o passageiro, o prazer e a dor. No entanto, essas contradições não destituem o amor de sua condição de sentimento maior. A ausência do amor é a negação da própria vida. O amor-desejo, paixão, vai aparecer com mais freqüência nos últimos livros.
    Depois da morte de Drummond, reuniu-se no livro O amor natural uma série de poemas eróticos mantidos em sigilo e que foram associados a um suposto caso extraconjugal mantido pelo poeta. Verdadeiro ou não o caso, interessa é que se trata de poemas bem audaciosos, em que se explora o aspecto físico do amor. Alguns verão pornografia nestes poemas; outros, o erotismo transformado em linguagem da melhor qualidade poética.
    Metalinguagem: a reflexão sobre o ato de escrever fez parte das preocupações do poeta.
    O tempo é um dos aspectos que concede unidade à poesia de Drummond: o tempo passado, o presente e o futuro como tema.
    Toda a trajetória do poeta - qualquer que seja o assunto tratado - marca-se por uma tentativa de conhecer-se a si mesmo e aos outros homens, através da volta ao passado, da adesão ao presente e da projeção num futuro possível.
    O passado renasce nas reminiscências da infância, da adolescência e da terra natal. A adesão ao presente concretiza-se quando o poeta se compromete com a sua realidade histórica (poesia social). O tempo futuro aparece na expectativa de um mundo melhor, resultante da cooperação entre todos os homens.
Obra
Poesia: Alguma poesia (1930); Brejo das almas (1934); Sentimento do mundo (1940); Poesias (1942); A rosa do povo (1945); Claro enigma (1951); Viola de bolso (1952); Fazendeiro do ar (1954); A vida passada a limpo (1959); Lição de coisas (1962); Boitempo (1968); As impurezas do branco (1973); A paixão medida (1980); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985); O amor natural (1992).
Prosa: Confissões de Minas (1944) - ensaios e crônicas; Contos de aprendiz (1951); Passeios na ilha (1952) - ensaios e crônicas; Fala, amendoeira (1957) - crônicas; A bolsa e a vida (1962) - crônicas e poemas; Cadeira de balanço (1970); O poder ultrajovem e mais 79 textos em prosa e verso (1972) - crônicas; Boca de luar (1984) - crônicas; Tempo vida poesia (1986).

Alguns livros do Poeta:
Antologia Poética
Amar se Aprende Amando
70 Historinha 


Hoje, faria 109 anos. Parabéns ao grande poeta Carlos Drummond de Andrade! 

fonte:
http://www.culturabrasil.org/cda.htm

Canto típico dos vaqueiros conta a história da vida no sertão nordestino

Do G1 Bahia.
O aboio é um canto nordestino que os vaqueiros usam para contar suas histórias e a dos seus companheiros, e que está presente no dia a dia dos homens que ganham a vida tangendo gado na Caatinga. O aboio acompanha os vaqueiros nas atividades diárias e no meio da Caatinga é usado para reunir o gado. Deroaldo de Carvalho, o Seu Deiró, é vaqueiro desde os 13 anos, herdou a profissão do pai e aprendeu a aboiar ainda menino. Ele garante que os animais conseguem compreendê-lo. “A gente coloca os apelidos nos animais e eles atendem por aquele apelido, igual a uma pessoa”, diz. “Cada vaca tem seu apelido e quando a gente chama, tem algumas delas que chegam ao ponto de berrar”, revela.
Não se sabe a data exata de quando surgiram os primeiros aboios, o certo é que na lida com o gado ou no encontro com os companheiros de profissão, o canto próprio dos vaqueiros sempre está presente. Quando os vaqueiros aboiadores se encontram, há sempre o desafio: um improvisa alguns versos, outro responde e assim a reunião vai ficando animada.
Entre tantos aboiadores, há somente uma mulher: Adelina Maria da Conceição, a Dona Adelina, dona de casa e esposa de vaqueiro. Ela aprendeu sozinha a arte de entoar o canto do sertão. “Eu ouvia no rádio, eu via vaqueiro aboiar, aí fui entoando na cabeça, foi me dando aquela invocação, e aí nesse dia eu comecei”, conta.
As letras dos aboios na maioria das vezes fala do universo do homem que trabalha no meio da Caatinga. José Fagner, ou Zezinho Aboiador, é um apaixonado pelas toadas e se inspirou em outros aboiadores para fazer desta profissão o seu modo de vida. “Desde menino que eu comecei a escutar Vavá Machado e Marculino, comecei a me identificar com isso, comecei a observar que era o que eu queria, que era o meu sonho”, lembra. “Escutar estes homens me deu muita inspiração e comecei a fazer um repente, me inspirando neles – no Galego Aboiador também – e hoje é um prazer muito grande para mim poder fazer estes repentes”, revela.
A cultura do aboio não é ensinada na escola. Ela é passada de pai para filho, de avô para neto. Luiz Eduardo, de quatro anos, e seu primo Eric Fernando, de seis, são netos de Seu Luiz Antônio dos Santos, vaqueiro há 50 anos, e que não esconde o orgulho de ver os meninos seguindo seus passos. “A gente fica contente. É uma semente que a gente está plantando e que quero colher bem colhida. Com fé no poder de Deus, eles vão seguir. Vão estudar, vão ficar melhor que eu. Vão estudar e seguir a vida do campo, se Deus quiser”, espera.
fonte:
http://g1.globo.com/bahia/noticia/2011/10/canto-tipico-dos-vaqueiros-conta-historia-da-vida-no-sertao-nordestino.html

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sueco Tomas Tranströmer ganha prêmio Nobel de Literatura

O poeta sueco Tomas Tranströmer é o Prêmio Nobel da Literatura de 2011, acaba de ser anunciado em Estocolmo pela Academia Sueca.

Tomas Tranströmer escreve sobre a morte, a história, a memória e é conhecido pelas suas metáforas. É um poeta que tem uma produção pequena, "não é prolixo", disse no final do anúncio o secretário da Academia, o historiador Peter Englund, embora esteja traduzido em várias línguas.

Tomas Tranströmer, 80 anos, psicólogo de formação, sofreu um AVC em 1990. Por isso perdeu as faculdades motoras e não consegue falar. Peter Englund disse à televisão sueca que falou com o laureado e ele se mostrou surpreendido pelo prémio. "Ele estava a escutar música", acrescentou o secretário da Academia. O Prémio Nobel da Literatura 2011 vive numa ilha e depois de ter ficado doente publicou três obras.

Desde 1973 que Tomas Tranströmer, que é o poeta sueco mais traduzido no mundo e recebeu o Prémio Literário do Conselho Nórdico em 1990, era candidato ao Nobel. Há 40 anos que um autor sueco não recebia este prémio.

Nas suas várias antologias, "é bem visível como ao longo de décadas ele tem vindo a apurar a linguagem poética com uma genialidade com que poucos são dotados". Em Tranströmer, os poemas "parecem suportados por uma estranha justaposição de forças primevas e contrárias; movimento e mudança, liberdade e controlo do discurso, natureza e influência humana, tudo isto faz parte das suas paisagens poéticas, que se localizam por vezes mais perto do pesadelo do que do sonho".

No ano passado a distinção foi atribuída ao escritor peruano Mario Vargas Llosa. O prémio tem um valor pecuniário de dez milhões de coroas suecas (cerca de 1 milhão de euros).

Este é o quarto prêmio atribuído pela Academia Sueca este ano depois do Nobel da Medicina (Ralph Steinman, Bruce Beutler e Jules Hoffmann), da Física (Saul Perlmutter, Brian Schmidt e Adam Riess,) e da Química (Daniel Shechtman). Amanhã será atribuído o Prêmio Nobel da Paz.

Adaptado de
 http://publico.pt/1515270

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Machado de Assis

Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro em 21/06/1839. Foi criado pela madrasta, pois perdera sua mãe logo na infância. Por ser mulato, sofreu muito preconceito e apesar das dificuldades da época tornou-se um dos maiores nomes da literatura nacional.
De família pobre, estudou em escolas públicas e acabou aprendendo francês e latim.
Escreveu quase todos os gêneros literários, assumiu vários cargos públicos e foi o primeiro a presidir a Academia Brasileira de Letras.
Dentre sua vasta obra temos Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires.
Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, em 29 de setembro de 1908.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Padeiro das letras


Johann Gutenberg (1398-1468), o artesão alemão a quem sempre se atribuiu o título de pai da moderna tipografia, pode ter que dividir a paternidade da invenção que revolucionou a disseminação do conhecimento. Com base na descoberta de fragmentos de cerâmica com letras impressas em alto relevo numa escavação nas proximidades da Catedral de Aachen, na Alemanha, o historiador Gerald Volker Grimm sustenta que Gutenberg não teria sido o pioneiro na impressão com tipos móveis.
A criação de moldes para a impressão de letras foi, provavelmente, desenvolvida originalmente por outras pessoas pelo menos meio século antes. Como revelam os estudos de Grimm e sua equipe do Instituto de História da Arte e Arqueologia da Universidade de Bonn, não houve um único inventor. O mais provável é que o desenvolvimento da moderna tipografia tenha sido um processo mais lento e gradual, envolvendo diversas pessoas.
Analisando as letras em alto relevo presentes nos fragmentos de cerâmica encontrados, Grimm concluiu que foram artesãos de Aachen e Worms os primeiros a produzir os moldes móveis de letras para decorar imagens de santos.
Segundo Grimm, Gutenberg teria visto os caracteres móveis para impressão pela primeira vez numa visita que fez a Aachen, em 1439 - ano em que, se acredita, Gutenberg teria criado os tipos móveis.
Segundo o historiador, na região de Aachen, a cidade de Carlos Magno, muitos padeiros eram também artesãos que confeccionavam, em fôrmas, relevos para a produção de imagens de santos para as igrejas. Já a partir do século XII os chamados "padeiros de imagens" (bilderbäcker, em alemão) começaram a confeccionar também caracteres móveis, supõe o cientista. Há indícios também de que os padeiros de Worms tenham começado a usar caracteres móveis muito antes.
Em um dos relevos encontrados em Aachen, as diversas letras A que aparecem no trabalho são idênticas, indicando que não poderiam ter sido feitas a mão, mas sim impressas na cerâmica a partir de um mesmo molde. Se a técnica das letras era usada também para a impressão de escrita em pergaminho já nessa época não se sabe. Gerald Volker Grimm mediu as letras de diferentes relevos para constatar que elas eram tão idênticas que não poderiam ter sido feitas à mão livre.
- Isso prova que a escrita foi feita com a ajuda de caracteres móveis que foram impressos no material - afirma o especialista.
As primeiras provas da existência desses caracteres móveis, datados de 1400 e 1450, foram encontradas agora nas escavações feitas em uma área próxima à Catedral de Aachen, que é, há pelo menos 1.200 anos, um importante centro de peregrinação religiosa na região.
Foi exatamente para preparar figuras santas, que deveriam servir de tema para a grande peregrinação a Aachen, que Gutenberg visitou a cidade. A peregrinação em si foi cancelada naquele ano, por causa da peste, mas Gutenberg não perdeu o seu tempo com a viagem a Aachen, pois trouxe de volta a Mainz, onde vivia, novas idéias para o desenvolvimento de projetos que já tinha em mente, segundo conta Grim.
- Não havia até agora provas da existência de caracteres móveis para a impressão da escrita em série. Com a escavação realizada agora, em maio e junho, podemos provar pela primeira vez que as letras dos relevos foram formadas com a ajuda de caracteres móveis antes de 1450 - ressalta o historiador de Bonn.
Após a sua volta de Aache, Gutenberg começou já em 1450 a imprimir textos em livros. A sua bíblia marcou o inicio de uma nova era, influenciou o surgimento da reforma protestante de Martinho Lutero e tornou possível também a renascença.
-- Ele não criou os caracteres móveis, como pensávamos antes, mas assim mesmo revolucionou a sua época ao criar novas tecnologias, ligas de chumbo e zinco, tintas para a impressão e merece mesmo o titulo de homem mais importante do milênio - afirma o historiador, citando o título a ele atribuído pela revista Time-Life, em 1997.
No Museu Suermond-Ludwig de Aachen, a cidade das letras móveis que inspiraram Gutenberg, acaba de ser aberta uma exposição dos relevos, como do primeiro "A" impresso em cerâmica. O tema da exposição é a arte dos "padeiros de imagens santas" que, na sua luta para abastecer os altares, terminaram descobrindo uma técnica que teve um papel decisivo no desenvolvimento da cultura humana.


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