José Carlos Gentili, atual presidente da Academia de Letras de Brasília, cargo que ocupa desde 2008, não esteve na reunião de fundação da instituição, que celebra, segunda e terça, no Parlamundi (Legião da Boa Vontade), 30 anos de existência. Mas ele consegue descrever, em alguns detalhes, os primeiros movimentos da organização. Evolução do Círculo Literário de Brasília, a Academia foi germinada em 20 de março de 1982, na casa do poeta Clairê de Souza Pires, num apartamento da 102 Sul. Entre os 18 presentes, que guiaram o início dos trabalhos da casa literária, estiveram Maria de Lourdes Reis, presidente do Movimento Poético Nacional e outras figuras importantes, como o poeta Almeida Vítor, que empresta seu nome à medalha cultural entregue pela ordem.
Nesses anos todos, Gentili verifica, infelizmente, um certo desinteresse de governos brasilienses na Academia. “Em vários estados, os governadores proporcionam às academias prédios tombados pela municipalidade, pelo estado, dando um recanto de trabalho. Mas em Brasília isso nunca aconteceu, apesar de a Academia sempre ter pleiteado um terreno para fixar sua sede. Os governos, de maneira geral, sempre foram insensíveis para com a cultura e a literatura”, elabora o advogado gaúcho, que vive na cidade desde a mudança da capital.
Em 2011, porém, a instituição ganhou casa própria, doada por Argemiro José Cardoso. Ele foi duplamente pioneiro: dono da cadeira de nº1 e um dos primeiros engenheiros de Brasília. A sede fica no Varjão (Mansão Carolina, Lt. 1). Foi instalada há cerca de um ano, num terreno elevado, com vista privilegiada para o Lago Paranoá. Antes, a Academia geralmente funcionava na residência do presidente em exercício ou provisoriamente em salões de hotéis.
Do teto da mansão, descreve Gentili, descem obras dos ocupantes de cadeiras da Academia — um total de 40, seguindo a tradição francesa. “Temos não só acervo (500 títulos), mas os Pingos de Luz, com trabalhos deles dependurados por fios”, continua. As paredes do espaço também abrigam uma pinacoteca, com peças de artistas brasilienses e outros estados. Nos encontros, agendados mensalmente — a diretoria reúne-se semanalmente —, os membros planejam atividades futuras. A principal delas, para o presidente, envolve a comunidade local. “Nós temos que trabalhar especialmente com as crianças. Elas têm que receber educação, a base de tudo. Neste aspecto, o Varjão é privilegiado. Porque a criança vem e encontra, por exemplo, Adilson Vasconcelos, historiador de Brasília”, explica.
Diante da proximidade da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (14 a 23 de abril), Gentili espera que a capital, finalmente, receba reconhecimento como centro não apenas do poder, mas também das letras. Por enquanto, ele, com 72 anos, dirige a Academia com esmero. E, sempre que possível, mantém contato com a Academia Brasileira e a produção literária regional e nacional. “No ano que se passou, oferecemos a comenda Almeida Vitor ao presidente, Marcos Vilaça, presidente de 2010 a 2011. Fomos ao Rio de Janeiro numa comitiva muito bonita. Há integração interessante no mundo literário. Os escritores se reúnem pela sua qualificação: conto, poesia, romance. E nós interagimos com eles”, conta.
30 ANOS DA ACADEMIA DE LETRAS DE BRASÍLIA
Segunda-feira, às 19h, e terça, às 9h, no Parlamundi (Legião da Boa Vontade, 915 Sul, Lt. 75). Hoje, no auditório José Paiva Netto, cerimônia de abertura e lançamento do livro comemorativo Academia de Letras de Brasília — 30 anos de fundação, de José Carlos Gentili, Romildo Teixeira de Azevedo e Tarcízio Dinoá Medeiros (Alpha Gráfica, R$ 200). Amanhã, no auditório Austregésilo de Ataíde, conferência com Murilo Melo Filho, da Academia Brasileira de Letras, outorga de medalhas e homenagens. Informações: 3468-7848 e aclebdf@gmail.com.
Nesses anos todos, Gentili verifica, infelizmente, um certo desinteresse de governos brasilienses na Academia. “Em vários estados, os governadores proporcionam às academias prédios tombados pela municipalidade, pelo estado, dando um recanto de trabalho. Mas em Brasília isso nunca aconteceu, apesar de a Academia sempre ter pleiteado um terreno para fixar sua sede. Os governos, de maneira geral, sempre foram insensíveis para com a cultura e a literatura”, elabora o advogado gaúcho, que vive na cidade desde a mudança da capital.
Em 2011, porém, a instituição ganhou casa própria, doada por Argemiro José Cardoso. Ele foi duplamente pioneiro: dono da cadeira de nº1 e um dos primeiros engenheiros de Brasília. A sede fica no Varjão (Mansão Carolina, Lt. 1). Foi instalada há cerca de um ano, num terreno elevado, com vista privilegiada para o Lago Paranoá. Antes, a Academia geralmente funcionava na residência do presidente em exercício ou provisoriamente em salões de hotéis.
Do teto da mansão, descreve Gentili, descem obras dos ocupantes de cadeiras da Academia — um total de 40, seguindo a tradição francesa. “Temos não só acervo (500 títulos), mas os Pingos de Luz, com trabalhos deles dependurados por fios”, continua. As paredes do espaço também abrigam uma pinacoteca, com peças de artistas brasilienses e outros estados. Nos encontros, agendados mensalmente — a diretoria reúne-se semanalmente —, os membros planejam atividades futuras. A principal delas, para o presidente, envolve a comunidade local. “Nós temos que trabalhar especialmente com as crianças. Elas têm que receber educação, a base de tudo. Neste aspecto, o Varjão é privilegiado. Porque a criança vem e encontra, por exemplo, Adilson Vasconcelos, historiador de Brasília”, explica.
Diante da proximidade da 1ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura (14 a 23 de abril), Gentili espera que a capital, finalmente, receba reconhecimento como centro não apenas do poder, mas também das letras. Por enquanto, ele, com 72 anos, dirige a Academia com esmero. E, sempre que possível, mantém contato com a Academia Brasileira e a produção literária regional e nacional. “No ano que se passou, oferecemos a comenda Almeida Vitor ao presidente, Marcos Vilaça, presidente de 2010 a 2011. Fomos ao Rio de Janeiro numa comitiva muito bonita. Há integração interessante no mundo literário. Os escritores se reúnem pela sua qualificação: conto, poesia, romance. E nós interagimos com eles”, conta.
30 ANOS DA ACADEMIA DE LETRAS DE BRASÍLIA
Segunda-feira, às 19h, e terça, às 9h, no Parlamundi (Legião da Boa Vontade, 915 Sul, Lt. 75). Hoje, no auditório José Paiva Netto, cerimônia de abertura e lançamento do livro comemorativo Academia de Letras de Brasília — 30 anos de fundação, de José Carlos Gentili, Romildo Teixeira de Azevedo e Tarcízio Dinoá Medeiros (Alpha Gráfica, R$ 200). Amanhã, no auditório Austregésilo de Ataíde, conferência com Murilo Melo Filho, da Academia Brasileira de Letras, outorga de medalhas e homenagens. Informações: 3468-7848 e aclebdf@gmail.com.
Fonte:
http://www.correioweb.com.br/euestudante/noticias.php?id=27803